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Cuidado para nao cair em golpes via Whatsapp

Golpes via WhatsApp: novos riscos (e o vírus Sorvepotel) para quem tem dinheiro em jogo


WhatsApp virou o principal canal de comunicação do brasileiro – família, trabalho, banco, investimentos, tudo passa por ali. Não à toa, também virou o principal palco de golpes.


Em outubro de 2025, uma reportagem do G1, baseada em pesquisa da Trend Micro, detalhou um ataque voltado principalmente ao Brasil, usando um vírus chamado Sorvepotel que rouba senhas bancárias e controla o WhatsApp Web da vítima.


A seguir, um resumo dos golpes mais relevantes hoje – com destaque para o ataque do arquivo ZIP – e o que você pode fazer para se proteger.



Por que o WhatsApp continua atraindo golpistas

Criminosos se aproveitam de três fatores:

  • Confiança – a mensagem vem de alguém com nome e foto conhecidos; muitas vezes o contato foi realmente comprometido.
  • Velocidade – decisões financeiras são tomadas em segundos, no meio do dia.
  • Informalidade – num chat de WhatsApp, é mais fácil “abrir uma exceção” e ignorar um procedimento de segurança.

O resultado é um ambiente perfeito para ataques que misturam conversa convincente com links e arquivos maliciosos.

Golpe do arquivo ZIP e o vírus Sorvepotel

Este é o golpe mais recente e perigoso envolvendo WhatsApp Web com foco no Brasil.

Segundo a Trend Micro, o vírus Sorvepotel:

  • Tem como alvo principal o Brasil: 457 das 477 infecções identificadas eram em máquinas brasileiras.
  • Rouba senhas de banco e de corretoras de criptomoedas ao exibir páginas adulteradas que imitam sites legítimos.
  • Assume o controle da sua sessão de WhatsApp Web, enviando automaticamente o mesmo arquivo malicioso para seus contatos e grupos..
  • Instala componentes que são executados sempre que o computador inicia, garantindo que o vírus continue ativo.
  • Tem infectado especialmente órgãos públicos e empresas de serviços essenciais, além de setores de indústria, tecnologia, educação e construção, o que evidencia interesse também em ambientes corporativos.
  • Verifica idioma, localização e formato de data do sistema para confirmar que é um usuário brasileiro antes de seguir com o ataque.

Como o golpe chega até você

De acordo com as análises citadas pelo G1 e por alertas de instituições públicas:

  1. Você recebe no WhatsApp (ou WhatsApp Web) uma mensagem com um arquivo ZIP, supostamente:
    • comprovante de pagamento,
    • orçamento,
    • boleto,
    • nota fiscal ou documento de empresa.
  2. A mensagem normalmente diz algo como: “Baixa o ZIP no PC e abre” ou orienta abrir apenas no computador, reforçando que é um documento de trabalho-
  3. Dentro do ZIP há um atalho malicioso (.LNK) ou outro arquivo que, ao ser executado, instala o Sorvepotel no Windows.
  4. A partir daí, o malware pode:
    • interceptar acessos a sites de bancos/corretoras e mostrar páginas falsas para capturar credenciais;
    • controlar o WhatsApp Web para continuar se espalhando;
    • transformar o computador em uma espécie de “zumbi”, que recebe comandos externos sem que o usuário perceba.

O WhatsApp declarou que não se trata de uma falha na plataforma, mas reforçou que os usuários devem clicar apenas em links e arquivos de pessoas conhecidas – e, mesmo assim, com cautela.

A Febraban, por sua vez, ressaltou que o sistema bancário usa tecnologias avançadas de segurança (criptografia, biometria, análise de comportamento, IA), mas que isso não substitui a atenção do usuário ao lidar com arquivos recebidos.

Como se proteger do golpe do ZIP

Com base nas orientações da Trend Micro e de órgãos de segurança:

  • Não abra arquivos ZIP recebidos por WhatsApp/WhatsApp Web se você não estiver esperando aquele arquivo.
  • Mesmo que venha de alguém conhecido, confirme o envio por outro canal (ligação, e-mail institucional etc.).
  • Em computadores corporativos, empresas devem:
    • desativar downloads automáticos no WhatsApp Web;
    • restringir downloads de arquivos compactados e executáveis;
    • treinar funcionários para reconhecer mensagens suspeitas;
    • desconfiar de janelas pedindo permissões incomuns no navegador.
  • Mantenha sistema operacional e antivírus atualizados.


Outros golpes via WhatsApp que continuam em alta


Clonagem de WhatsApp pelo código de 6 dígitos

O criminoso tenta registrar seu número em outro aparelho. Você recebe um código via SMS e é induzido a repassar o código “para confirmar cadastro, anúncio ou promoção”. Com isso, ele assume sua conta e passa a pedir dinheiro aos seus contatos

Como se proteger

  • Nunca compartilhe códigos de SMS com ninguém, nem com supostos funcionários.
  • Ative a confirmação em duas etapas (PIN extra) no WhatsApp.
  • Se perder o acesso, avise contatos e tente recuperar imediatamente a conta.

Falsa central, falso gerente e “mão fantasma”

Golpistas se passam por funcionários de banco, fintech, FGC, Receita etc. e dizem que há uma movimentação suspeita em sua conta. Pedem que você:

  • instale um aplicativo de acesso remoto, ou
  • compartilhe senhas, tokens e códigos.

Assim, conseguem operar diretamente no seu internet banking, contratar empréstimos e fazer transferências, enquanto você acredita estar apenas “recebendo ajuda”.

Como se proteger

  • Bancos e órgãos oficiais não pedem instalação de app de acesso remoto para atender clientes.
  • Se alguém fizer esse pedido por WhatsApp, encerre a conversa e ligue para o número oficial do banco (no cartão ou no site).

“Troquei de número” + emergência de PIX

Um “novo número” se apresenta como familiar/amigo, envia uma foto verdadeira (pegou de rede social) e logo em seguida pede PIX urgente para resolver um problema grave (hospital, dívida, bloqueio de conta)

Como se proteger

  • Antes de transferir, ligue para o número antigo da pessoa ou confirme com alguém da família.
  • Se não conseguir validar a história, não faça a transferência.

Falsos investimentos e oportunidades “exclusivas”

Continuam em alta os grupos de WhatsApp que prometem:

  • ganhos mensais muito acima da média,
  • “segredo de arbitragem”,
  • robôs de trade infalíveis,
  • fundos exclusivos em cripto ou “investimentos ESG” milagrosos.

Na prática, boa parte disso é pirâmide financeira ou falso investimento.

Como se proteger

  • Desconfie de retorno garantido e de propostas que exigem entrada rápida.
  • Verifique se a empresa é regulada pelo Banco Central ou CVM.
  • Antes de enviar dinheiro, converse com seu assessor financeiro de confiança.

Boas práticas gerais de segurança no WhatsApp

Reunindo as principais recomendações de especialistas, bancos e órgãos públicos:

  1. Ative a confirmação em duas etapas no WhatsApp e nunca compartilhe o PIN.
  2. Use senha forte e biometria no celular e no computador; mantenha o bloqueio automático.
  3. Revise com frequência os dispositivos conectados ao WhatsApp Web e desconecte o que não reconhecer.
  4. Desative downloads automáticos de mídia e arquivos, sempre que possível.
  5. Não clique em links nem abra anexos de origem desconhecida ou inesperada – mesmo que pareçam vir de um contato confiável.
  6. Desconfie de mensagens que misturam urgência + dinheiro + mudança de procedimento (“nova conta”, “novo app”, “novo número”).
  7. Em contextos corporativos, implemente políticas de uso do WhatsApp Web, restrições de download e treinamentos periódicos.

O que fazer se você achar que caiu em um golpe

Se você clicou num link estranho, abriu um ZIP suspeito ou fez uma transferência que agora acha duvidosa:

  1. Pare tudo imediatamente – não continue a conversa nem clique em mais nada.
  2. Faça prints das mensagens, arquivos e comprovantes.
  3. Avise seus bancos pelos canais oficiais e peça revisão de movimentações recentes.
  4. Troque as senhas de e-mail, bancos, redes sociais e ative autenticação em duas etapas.
  5. Registre um boletim de ocorrência (pode ser online, dependendo do estado).
  6. Informe seu assessor financeiro e outros parceiros relevantes para que fiquem atentos a movimentações suspeitas.

E lembre-se: A sua segurança digital é o primeiro passo para a sua segurança financeira.

Cuidado para nao cair em golpes via Whatsapp
Transparenza Advisors LTDA., Marcelo Gavazzi 21 de novembro de 2025
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